samedi 5 août 2006

Lá vem ele pela porta...

...da frente.
como sempre o fracasso escolhe a fraqueza como irmã. doentio por me fazer sofrer. irmãos brigam, eu sei. mas pra quem tem lares degradados, pais hipócritas e alcoolatras... isso ainda soa desgraça.
meus braços arranhados e inchados de sangue são a expressão da minha raiva, que regula a rítmos curtos a minha respiração, que sempre denuncia a asma forte emoção. meus olhos ardem como que fogo por não saberem pra que enxergar, apenas meu ódio se derrete em lágrimas, que banham meu leito de tantos outros fracassos...
os sussurros, já não os são mais. viram gritos de dor, de um aperto no coração que trava a garganta de tensão. soluços me livram com tosses destes minutos arruinados por um capricho.

odeio tudo o que provém de você. seus dogmas, suas religiosidades, seus idiotas mentirosos, seu céu vip, seu inferno que custa caro... menos o inferno que aqui já puseste em mim.
mas por que isso? és um vaidoso. que não admite que eu te deixe, que eu largue desta vida de mentira para tentar ao menos me sentir livre e um pouco que seja, feliz.
mas você não se contenta. é pouco pra mim. vai arruinando minha vida! quantas vezes vais ter que me esbofetear desse jeito? pra que eu volte àquela religiosidade hipócrita? pra que eu volte a me conter e esconder que amo e sou diferente?
é por isso que te chamas Deus.

odeio perder, odeio olhar pro lado e não ver mais você. odeio que me ignores, odeio que estejas longe de mim. odeio que tudo seja sonho apenas. que teve fim, tão rápido quanto o começo.
minha única esperança de ser, aquilo que nunca fui. e cadê você pra segurar na minha mão agora? acalmar meu espírito com tua doce voz e dizer: "não tenha medo, estou aqui com você, sempre." cadê você?

odeio mentiras. odeio ter de você aquilo que nunca pensei ter. nem sequer lutou, ou falou. e amou? mas por que falou? o que te fez assim? o que faz me deixar assim? odeio saber que nunca fui nada, que nunca estive equiparada com ninguém. que foi tudo mentira. você ainda não sabe, não sabe quem sou, o que sinto, o que planejei. despejas assim no chão todo amor que te dei; atenção. meu erro foi fazer com que teu mínimo fosse o suficiente pra mim.
não sei o que fazer com tudo o que construímos (se é que construímos) juntas, não sei como não chorar por você, não sei como vai ser.
odeio saber que tudo está no passado.

odeio tantas outras coisas mais.
mas minha cabeça dói, meus braços ardem e meus olhos pedem pra este dia acabe logo.

que belo duplo presente de aniversário.

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